domingo, 13 de junho de 2010

Um visita especial ao Nosso Lar!



Neste sábado, me reuni com um grupo de amigos para visitar um asilo. A idéia dessa prática surgiu há alguns anos, da qual procuramos seguir rigorosamente fazendo pelo menos uma visita por ano em alguma Instituição Assistencial de Idosos.

O motivo? Com certeza vocês vão entender até o final dessa matéria.

A sugestão desse ano foi a Instituição Nosso Lar, em Santo André/SP.

Sabe o que mais me surpreendeu nessa visita? Ao entrar lá tive a sensação de que em algum momento já havia entrado naquele ambiente e me intrigava saber por qual ocasião estive lá, ou se tratava-se apenas de um dèjavu. Logo, seguindo pelas instalações percebi que realmente alguns anos atrás estive lá visitando meu avô!

E foi muito bom saber que estava retornando ali, por um outro motivo. Um motivo que não se tratava de um dever ou uma obrigação.


Costumo ouvir muitas pessoas falarem que não se conformam de como uma família poderia abandonar um idoso em um abrigo. E sabe, eu também. Mas sei que existem suas exceções e meu avô não fugiu delas. Infelizmente ele sofria de uma doença da qual não permitia que minha avó cuidasse dele ou que pagasse uma enfermeira 24h e queríamos vê-lo bem, bem cuidado e cheio de atenções. E hoje mais do que nunca sei porque minha família escolheu o Nosso Lar para meu avô ficar.

Na verdade, pagamos uma enfermeira durante alguns meses e tentamos manter essa situação o máximo de tempo possível. Eu era mais nova e não me lembro com detalhes a ordem dos fatos naquela época.

Lembro-me apenas que eu ia cheia de felicidade visitar meu avô e que independente do sofrimento que ele passava, eu estava ali quase que todos os dias ao lado dele, ouvindo suas lamentações e suas histórias inventadas. As vezes uma sensação de tristeza me invadia, mas eu entendia que isso não se passava de mais uma prova em nossas vidas. Claro que, sem dúvidas, eu preferia vê-lo em casa, brincando com a gente, rindo, contando piadas, pintando quadros maravilhosos... até hoje eu lembro das gargalhadas dele!


Sabe, as vezes acredito que por meu vô ter ficado em um abrigo eu passei a valorizar mais a velhice e mais ainda aquelas outras centenas de idosos que ficavam ali sozinhos, sem uma visita de um familiar.

A casa filantrópica, que abriga mais de 100 idosos é totalmente adequada às normas de vigilância sanitária. Estão no asilo, senhores e senhoras provenientes de famílias de baixa renda ou sem renda nenhuma, todos sem aposentadoria e alguns, inclusive, sem familiares...

Para muitos, ir a um asilo visitar esses queridos velhinhos é uma atividade muito entediante e chata. Afinal, para que serve a perda de tempo indo visitar pessoas que você nem conhece? Que vão te ocupar com histórias sobre a vida? Que vão reclamar? Ou que vão ficar te dando mil beijos e abraços? Que vão falar com você e você não vai entender nada? Enfim, muitos são os motivos inventados para não ir até um asilo.

Porém, para ir não é preciso inventar motivos nenhum...Basta ter muito amor no coração e entender que um dia também seremos velhos e ficaremos numa situação igual ou parecida: vamos querer contar histórias, falar sobre a vida, reclamar sobre tudo que nos incomoda e o que não incomoda, vamos querer atenção de pessoas conhecidas e desconhecidas.

Para aqueles idosos que felizmente vivem ao lado de sua família, sabemos que a carência é menor porém, aqueles que estão em um abrigo muitas vezes “sozinhos” a situação é diferente. E como a família não pode fazer esse papel de visitante, seja por abandono, seja por não valorizar o idoso ou mesmo quando o idoso não tem uma família, cabe a nós da sociedade sermos participativos nesse gesto. Não custa nada! É de graça e não dói.

E quer saber de mais uma coisa?
A sensação depois da visita é muito boa, pois nada paga todos os sorrisos que recebemos, os abraços, os beijos e as conversas mesmo quando não compreendidas. Esqueça aquela história de que visitar um asilo é triste... Isso somos nós quem decidimos. Temos que aprender a ver o outro lado.


Voltando a falar um pouco mais sobre o Nosso Lar, o abrigo sobrevive de doações da população e de uma verba doada pelo governo. Toda parte administrativa trabalha voluntariamente, ou seja, não recebe nada pelo trabalho.
Os gastos do asilo ultrapassam os 100 mil reais por mês e por isso todas doações são bem-vindas. Se você tem roupas ou móveis que não utiliza mais,ou até mesmo aquele aparelho que está com um defeitinho, pode doar !

O Nosso Lar existe há mais de 50 anos. Alguns idosos estão lá há mais de 25 anos...!
Um dado surpreendente perto dos números apontados por pesquisas que dizem que um idoso após ir para o asilo vive em média somente mais dois anos.

O Asilo preza a qualidade de seus abrigados e procura trazer muita felicidade à eles, trabalhando com programações diferenciadas: concurso de Miss/Mister, passeios de pesca, festas, etc.

Que tal procurar uma instituição perto da sua casa e praticar esse gesto tão belo?Eu e meus amigos já estamos praticando esse gesto.

Para aqueles que tiverem interesse em ajudar ou visitar o Nosso Lar, segue abaixo as informações:

INSTITUIÇÃO ASSISTENCIAL NOSSO LAR – Centro de Valorização do Idoso
Rua Francisco Ferreira, 59 - Vila Linda, Santo André/SP – (11) 4453-7766 / 4971-9330

sábado, 12 de junho de 2010

Procura-se um namorado!



Que tenha fome de amor
Que saiba cultivar a minha doçura
Que se embrenhe na minha loucura
Que me faça delirar de dia
E a noite me encha de fantasias.

Procura-se um homem
Meio criança
Que se envolva na minha dança
Que fuja comigo
Que se esconda no meu abrigo
Que se delicie com as minhas histórias
Que escreva as minhas memórias.

Procura-se um homem
Que me cubra de flores
Que me prometa todos os tipos de amores
Que me entregue às ilusões.

Que de joelhos pegue na minha mão
E me peça cem vezes perdão
Por ter demorado tanto tempo
Pra vir me buscar.

Mas ainda assim
Tenha atendido aos meus lamentos
E queira me levar dessa agonia
De ter esperado por ele
Tantas noites
E tantos dias!

Quando essa busca vai terminar?




A idéia de escrever esse post surgiu semana passada, quando conversava com uma amiga.Hoje, dia dos namorados... quantas pessoas não estão por aí a busca de um novo amor? De alguém que seja sua metade?

Laila Pincelli diz que para alguns, esta procura pelo par ideal gera muito sofrimento. Estar sozinho parece ser uma posição muito incômoda, que revela infelicidade, frustração e intensifica problemas de auto-estima. Não entender porque os relacionamentos não dão certo causa ainda mais angustia. Às vezes, insegurança, ansiedade, experiências anteriores mal sucedidas e baixa auto-estima evitam a expressão espontânea dos sentimentos, então, podem demonstrar muita pressa em assumir um compromisso ou, por outro lado, parecer não ter qualquer interesse. E, quando se confrontam as expectativas e dificuldades de um e do outro, o casal pode se afastar por não ter havido um entendimento adequado das intenções de ambos.

Concordo 100% com a Laila. Nossas emoções atraem aquilo que desejamos e num momento de idéias não muito claras, talvez a dificuldade em encontrar uma pessoa interessante, que supra nossas expectativas, diminua.

Encontrar um namorado parece ser uma missão fácil para algumas mulheres e muito complicado para outras.

"Mulheres que sempre estão em busca do amor da vida delas atraem homens mal resolvidos, mal casados, separados, infantis, interessados em sexo fácil. Até vir o fora", garante, por experiência própria, uma solteira nada convicta.


Na verdade, não existem regras, nem um manual para se seguir e é isso que torna essa busca tão difícil. Como cada pessoa tem uma personalidade, um jeito de agir, não podemos dar aqui a solução perfeita para resolver este “problema”.

Enquanto existem muitas mulheres que estão extremamente felizes solteiras, outras não se conformam em estar. Basta chegar uma data comemorativa (como o dia dos namorados por exemplo) para sentir aquela depressão. E isso aqui não é só para mulheres não! Homens também são assim...

Engana-se quem pensa que homem não dá trela para essas situações... que não se preocupa em encontrar alguém. Eles também procuram o par ideal e se sentem tristes por não aparecer aquela mulher linda e perfeita dos seus sonhos.

Acontece que não podemos escolher a dedo a pessoa que queremos ter um relacionamento. Se apaixonar é algo imprevisível, que foge totalmente do nosso controle. Quem é que nunca ouviu falar “eu não escolhi gostar de você” ou “Ele não me merece, mas eu amo ele” ou “Ele não presta mas é dele que eu gosto” ou ainda “ela é chata mas tem um corpo lindo e chama a atenção”?

Ah... Quem dera se todos namoros fossem um mar de rosas, não é mesmo? Já ouvi muitas mulheres dizendo que preferem estar sozinhas porém felizes, do que estar acompanhada e vivendo um relacionamento infeliz.

E coisas mal resolvidas no amor minhas amigas também impedem a felicidade viu?!

Sabe aquela história de pesar defeitos e qualidades na balança? É por aí mesmo que temos que pensar. A pessoa pode ter inúmeras qualidades mas um único defeito pode detonar tudo!!


Posso confessar uma coisa? Somos todos farinha do mesmo saco! Homens e mulheres... Só muda o sexo de resto... (risos)
Os mais carentes procuram desesperadamente por pessoas que completem suas vidas.
Os mais “galinhas” ou solteirões de plantão procuram desesperadamente novas experiências, ficando com um(a) aqui outro(a) ali.
Os mais desencanados vão levando a vida... sabendo que cedo ou tarde encontrarão uma pessoa ideal mas, não tem pressa que isso aconteça.
E assim vai...

Eu acredito que procurar um namorado é algo normal de nossa vida. Ter um companheiro ou companheira faz parte do nosso dia-a-dia, afinal é praticamente uma regra de sobrevivência humana! Mas sinto que a melhor opção é não se desesperar para encontrar alguém, simplesmente porque está se sentindo sozinho ou porque todas suas amigas namoram.

Ontem, ouvindo a banda de um amigo num barzinho, pude ouvir uma musica muito reflexiva... Vocês com certeza já devem ter ouvido: Mascara da Pitty.

A música diz que o importante é ser você: mesmo que seja estranho e bizarro, e que ninguém merece ser só mais um bonitinho.

E isso não é verdade?

Sabe qual é o grande problema das pessoas? É serem quem elas não são para conquistar alguém e depois: a “mascara” cai. Ninguém consegue inventar um sentimento por muito tempo, nem ser sincero quando os expressa falsamente.

Como saber? Só a calma e a paciência poderão nos responder a pergunta. Aqueles que esperam, que sabem os princípios básicos de um relacionamento e de convívio com outras pessoas, com certeza vão encontrar a pessoa certa e sabem que talvez pra chegar nessa pessoa muitas “erradas” passarão por sua vida. É muito importante que as pessoas saibam disso.

E sabe o que é mais legal das pessoas erradas? O aprendizado.

Lembrem-se que nada é por acaso mas nós somos extremamente responsáveis por nossas escolhas e pelos frutos que plantamos, que certamente cedo ou tarde teremos que colher.


Minha dica para os solteirões hoje?
Nada de ficar em casa... Corra para uma balada... seja você, mesmo que bizarro (risos), faça amizades, conheça novas pessoas e com certeza, dentre tantas opções que existem nesse mercado apaixonante, uma sempre combina com você.

Se vai dar namoro? Não importa... O importante é ir por partes e de preferência pelo começo e sem pressa. O desespero pode fazer você encontrar uma pessoa errada e isso vai te impedir de encontrar a certa, concorda?

Se existisse um manual e regras?
Eu ditaria estas:


Nada de criar muitas expectativas. Saiba os limites de viver uma paixão ou um novo romance. Coloque um freio na imaginação. Seja realista e boa sorte!

Feliz Dia dos Namorados e dos Não Namorados!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Que país é esse?



Hoje estava lendo meus e-mails e chegou até mim um e-mail com o assunto:
Você conhece o auxílio-reclusão?

Achei que fosse mais um daqueles tipos de e-mails mentirosos que costumamos receber... mas resolvi ler e ao pesquisar descobri que tudo que eu li era pura verdade.

Então pergunto à vocês: “Vocês conhecem o auxílio-reclusão?”

O auxílio reclusão é um beneficio concedido à filhos de presidiário. Esse beneficio é concedido pelo governo, visando o fato de que os filhos não tem culpa do erro do pai.


O auxilio é devido aos dependentes do segurado da Previdência Social recolhido à prisão, durante o período em que estiver preso sob regime fechado ou semi-aberto. Não cabe concessão de auxílio-reclusão aos dependentes do segurado que estiver em livramento condicional ou cumprindo pena em regime aberto.

Um dos requisitos para receber este beneficio é que o último salário-de-contribuição do segurado (vigente na data do recolhimento à prisão ou na data do afastamento do trabalho ou cessação das contribuições), tomado em seu valor mensal, deverá ser igual ou inferior aos valores estipulados pela previdência, independentemente da quantidade de contratos e de atividades exercidas.

Após a concessão do benefício, os dependentes devem apresentar à Previdência Social, de três em três meses, atestado de que o trabalhador continua preso, emitido por autoridade competente, sob pena de suspensão do benefício. Esse documento será o atestado de recolhimento do segurado à prisão . Se por acaso os dependentes não se apresentem, podem perder o beneficio.

Quando vi o e-mail confesso que fiquei muito inconformada...Afinal, isso poderia ser um grande incentivo para a criminalidade. Depois, ao ler com mais detalhes o que se tratava o assunto e de conversar com pessoas de mais conhecimento fiquei menos inconformada mas não vejo isso como uma justiça!

Não é qualquer um que tem acesso a esse beneficio. Se trata-se de uma pessoa que não contribui com a Previdência Social, não é possível receber o auxílio do governo.

O segurado preso não recebe qualquer benefício. Ele é pago a seus dependentes legais. O objetivo é garantir a sobrevivência do núcleo familiar, diante da ausência temporária do provedor.


O valor do benefício é dividido entre todos os dependentes legais do segurado. É como se fosse o cálculo de uma pensão. Não aumenta de acordo com a quantidade de filhos que o preso tenha. O que importa é o valor da contribuição que o segurado fez. O benefício é calculado de acordo com a média dos valores de salário de contribuição.

Os principios que norteim a criação desse auxílio (que foi instituido há 50 anos) é o da proteção à família: se o segurado está preso, impedido de trabalhar, a família tem o direito de receber o benefício para o qual ele contribuiu, pois está dentre a relação de benefícios oferecidos pela Previdência no ato da sua inscrição no sistema. Portanto, o benefício é regido pelo direito que a família tem sobre as contribuições do segurado feitas ao Regime Geral da Previdência Social.

CURIOSIDADE: Você sabe quantos benefícios de auxílio-reclusão são pagos atualmente no país?

De acordo com o Boletim Estatístico da Previdência Social (Beps), o INSS pagou 26.490 benefícios de auxílio-reclusão na folha de janeiro de 2010, em um total de R$ 15.587.580,00. O valor médio do benefício por família, no período, foi de R$ 588,43.

É um número grande mas isso mostra que não são todos que tem esse beneficio.

Agora vem as perguntas que não querem calar:

E os filhos dos milhares de trabalhadores honestos? Não teriam o mesmo direito? Por que esposas e filhos de bandido têm direito a assistência e os dependentes do trabalhador honesto não têm?


Realmente o governo tem muito a fazer... Benefícios que não são dados para as pessoas certas e isso não é nenhum incentivo para melhoria da conduta moral do povo brasileiro.

Bolsa Família, Bolsa Escola... Tudo saindo do nosso bolso. Até onde isso é justo?

Aproveitando o gancho dessa matéria, cabe mais algumas curiosidades
:

O número de presos cresce em ritmo acelerado. O censo penitenciário de 1995 apontava a existência de 148.760 presos no Brasil. O censo de 1997 detectava a prisão de 170.602 homens e mulheres, com taxa de encarceramento de 108,6 e déficit de 96.010 vagas.

Em abril de 2001, já havia 223.220 presos no Brasil, o que representava 142,1 detentos para cada grupo de 100 mil habitantes. A maior concentração estava em São Paulo, com 94.737 presos.

Em outubro de 2001, existia déficit de pelo menos 26 mil vagas no complexo formado pelas penitenciárias e pelas carceragens das delegacias de polícia de São Paulo.

O poder público se esforça, mas lembra a fábula do homem que tenta evitar o vazamento da represa com o dedo. Como admitem as autoridades, só para dar conta do crescimento da população presa mensalmente (de 800 a mil réus), seria necessário construir um novo presídio a cada trinta dias. E presídios custam muito caro.


As cifras não contabilizam os infratores menores de 18 anos, que tecnicamente não estão presos, mas "internados", e não cumprem pena, mas recebem "medida socioeducativa". No primeiro semestre do ano 2000, foram aplicadas mais de 99 mil medidas socioeducativas contra adolescentes em São Paulo; entre elas, contavam-se 54.871 casos de liberdade assistida, 21.729 casos de prestação de serviço à comunidade e 17.088 internações compulsórias. São os presos de amanhã.

Nossos números são aparentemente modestos se o parâmetro de comparação é o sistema prisional dos Estados Unidos da América, que, em 30 de junho do ano 2000, abrigava 1.931.859 presos.

Espero que essa matéria tenha ajudado a entender esse assunto e não coloque todos numa visão assustadora e absurda sobre o auxilio-reclusão mas que nos faça pensar sobre o assunto, pesando lados positivos e negativos e que juntos possamos lutar por algo mais justo. Esperamos que nosso dinheiro seja utilizado para algo mais justo e em beneficio àqueles que realmente mereçam!




Quer saber mais sobre o assunto?


Acesse o site da Previdência Social: http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.php?id=22

Este post também contou com a ajuda de trechos do livro “A Prisão” de Luís Francisco Carvalho Filho. O livro mostra como o sistema prisional brasileiro falha na recuperação e reintegração de cidadãos, e também alerta para o desinteresse político sobre o assunto e o custo humano que a prisão representa para a sociedade brasileira.



"A prisão priva o homem de elementos imprescindíveis à sua existência, como a luz, o ar e o movimento."
Hildebrando Thomaz de Carvalho, "Hygiene das Escolas e das Prisões", 1917