segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A arte de mentir

Mentira é uma declaração feita por alguém que acredita ou suspeita que ela seja falsa, na expectativa de que os ouvintes ou leitores possam acreditar nela.

Mentir é contra os padrões morais de muitas pessoas e é tido como um pecado em muitas religiões. As tradições éticas e filósofos estão divididas quanto a se uma mentira é alguma situação permissível – Platão disse sim, enquanto Aristóteles, Santo Agostinho e Kant disseram não.

Este post, tem como objetivo mostrar dois lados da mentira e mostrar se em alguma situação ela é permissevel. Antes de continuar lendo, pense o que você acha.

Pensou?

Pense de novo. Será que a verdade é a melhor opção?

Então vamos lá!

Eugênio Mussak, minha grande referência para essa postagem nos diz uma coisa interessante:

“A psicologia explica a mentira pelo mecanismo de defesa, a sociologia pela busca do poder, a filosofia pela imperfeição humana e a religião pela compulsão ao pecado. As explicações, entretanto, quase nunca justificam a mentira ou desculpam o mentiroso”.


Posso afirmar com todas as letras: as pessoas mentem para atingir seus objetivos.

E posso garantir: só haverá sucesso se a mentira tiver o objetivo benéfico.

Agora você deve estar se perguntando: Como assim?

Bem, quando mentimos com o intuito de tornar algo positivo, ou seja, sem a intenção de prejudicar os outros ou sair contando vantagens prejudiciais a terceiros, essa mentira é extremamente positiva – tanto para quem a inventa, quando para quem acredita. Querem ver?

Semana passada, estava no Rio de Janeiro, minha mãe ligou perguntando como eu estava. Eu falei que estava tudo bem, mas estava muito mal do estomago” (André Barrozo)

Eu disse para minha namora que tinha ganho um bichinho de pelúcia na máquina, porque achei que assim, ela iria gostar mais, já que essas máquinas gastam tempo, dinheiro, e quase nunca dá pra pegar. Mas na verdade eu tinha comprado na lojinha (risos). E ainda fiz um drama dizendo que foi bem dificil” (Guilherme Santos)

No primeiro caso, o André mentiu para não preocupar a mãe. No segundo, o Guilherme mentiu para que a namorada desse mais valor ao bichinho de pelúcia que ele deu para ela.

E o que essas duas mentiras tem em comum? Ambos, mentiram para deixar alguém feliz, sem prejudicar ninguém. A mentira do André, proporcionou a mãe dele a possibilidade de não se preocupar e principalmente, de se sentir aliviada ouvindo que o filho estava bem. Veja o lado bom: a mentira proporcionou uma sensação de bem-estar.

Já a mentira do Guilherme proporcionou a namorada uma sensação de sentir que ele se preocupou com ela, que fez algo para agradá-la e por isso aquele ursinho, teria um valor sentimental diferente dos demais que ela já possuía. Pode até soar que essa mentira, conte alguma vantagem para o Guilherme, mas cabe aqui um parênteses: lembra que as pessoas mentem para atingir seus objetivos?

Pois ele atingiu o dele e não prejudicou ninguém. Então que mal tem?

Eu costumo dizer, que existem as mentiras boas e as mentiras ruins.

Desde pequenininhos mentimos para nos isentar de culpa ou conseguir o que queremos. Vocês podem não acreditar mas estudos indicam que somente até os 3 meses de idade um bebê é incapaz de mentir e depois disso já aprende a chantagear os pais para conseguir alguma coisa. Apenas quando a criança chega aos de 7 anos passa a ter a capacidade de diferenciar com clareza o falso do verdadeiro.

Como diz Mussak, “se a prática da mentira não envolver o hábito, a perversidade e a hostilidade, e se não deixar seqüelas, ela pode ser útil e até necessária. O problema é estabelecer a diferença entre os tipos de mentira

Em épocas remotas, disse a uma amiga que não dava pra falar no telefone porque eu estava dentro da igreja... E meu amigo resolveu berrar: ‘me passa a vodka!!!!’, e ela completou: ‘Você precisa de desculpas melhores do que esta pra não falar comigo, muito obrigada’ e desligou” (Guilherme Santos)

A mentira do Guilherme, foi uma solução que ele encontrou para não dizer a menina que não gostava e que não queria falar com ela. A saída mais fácil foi a mentira, que além de ter magoado a menina, deixou o próprio Guilherme com peso na consciência: “Foi uma mentira feia. Desde então eu tenho me esforçado pra não falar nenhum tipo de mentira, porque eu sei que a magoei muito principalmente por não ter dito a verdade. Se tivesse dito, talvez ela até entendesse".

Eu estava fazendo um curso de inglês, porém não estava gostando e para a minha mãe, que eu iria parar o curso mas ela não concordou. Mesmo assim, eu tranquei a matricula. Chegando na data de pagar a mensalidade, ela me deu o dinheiro, eu fingi que estava tudo normal mas ela acabou descobrindo. Ela ficou furiosa comigo por eu ter mentido” (Angélica Xavier)

Angélica ficou com peso na consciência por ter mentido pra mãe, depois viu que o melhor teria sido falar a verdade e dizer à mãe que caso continuasse com o curso seria um dinheiro gasto em vão.

São casos como esses que mostram que mentira tem perna curta. Costumamos dizer isso porque sabemos que a mentira não costuma durar por muito tempo.

Ás vezes você se embola na própria mentira e acaba se entregando quando começam as contradições”. (Angélica Xavier)

Não existe ninguém no mundo que nunca tenha mentido. Até mesmo brincadeiras que fazemos para nossos amigos, só para vê-los caindo em uma ‘pegadinha’, não deixam de entrar para o grupo das mentiras.

Quando mentimos, não podemos esquecer, que estamos mentindo para nós mesmos! E isso acontece porque para evitar uma dor ou para obter um sensação agradável, assim como o locutor, nós acreditamos nas nossas próprias palavras.


Se é que pode-se dizer que tem mais uma coisa boa que podemos afirmar sobre a mentira, podemos dizer que ela nos permitem ter lições de vida. Por isso, devemos pensar 2x antes de inventar aquela historinha para escapar de alguma situação.

Quando mentimos aprendemos que não existe mentira perfeita, que só piora a situação e faz você mesmo se sentir mal” (Guilherme Santos)

A maior lição que a mentira me trouxe, é nunca mentir algo grave” (André Barrozo)

Com algumas mentiras aprendi que sua vida não melhora com elas, pelo contrário: piora. A mentira te afasta das pessoas, te torna alguém que você não é.. E nada pior do que perder a identidade né?” (Angélica Xavier)

Na verdade, como diz Mussak, o que é relativo é a percepção que temos dos fatos, e a mentira grande ou pequena, danosa ou inconseqüente, piedosa ou maldosa, sempre será uma mentira e, como tal, poderá ferir alguém.

A mentira nem sempre é o melhor caminho, então muito cuidado com as suas palavras, além de poder prejudicar alguém você pode fazer com que as pessoas percam a confiança na suas palavras.



Post by Ana_Ftb
Referências: Joanna de Ângelis, no livro "Conflitos Existenciais" e Eugênio Mussak

Um comentário:

Anônimo disse...

Não gostei do tópico.... Mentira hauahuauhauhauhauha ficou muito bacana!